O rio me remete, de alguma maneira, a meu lar. Há algo de muito acolhedor na lentidão de seu balanço, que me faz sentir em casa. A cor escura e quente da água contrasta com a frieza da mesma e o calor escaldante me envolve por inteiro, fazendo-me sentir protegido. O longo deque de madeira e as árvores fartas de folhagem tomadas por um verde vivo me lembram a varanda de minha primeira casa, de meus tempos de criança, tempos de não-preocupação.
De repente me vejo desejando mais que qualquer coisa: poder voltar àquela época. Sonhando mais que nunca com uma vida leve, livre de obrigações. Desejando retornar à alegria daqueles tempos, trazidos por essa paisagem. Eu me dou conta, então, que, se ao menos pudesse passar a vida a contemplar o contraste da água do rio com a linha multicolorida do horizonte, já me daria por satisfeita.
Mas o último raio do pôr do sol, de repente, chicoteia meu rosto, despertando-me de meus devaneios inalcançáveis.
Luiza Franco, nº 18
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O texto está maravilhoso, genial! A descriçao esta perfeita, assim como o uso das palavras. Achei muito criativo e inspirador!
ResponderExcluirBom trabalho!
O texto está maravilhoso, genial! A descriçao esta perfeita, assim como o uso das palavras. Achei muito criativo e inspirador!
ResponderExcluirBom trabalho!
Rafaela Achatz
Luiza, achei muito bem escrito e foi possível visualizar a imagem com bastante clareza.
ResponderExcluirMaria Clara
Luiza, achei seu texto ótimo. Ficou bem subjetivo. Parabéns!
ResponderExcluirCaroline Zigowski, nº08
Luiza Franco, seu texto está excelente, muito bom! Conseguiu retratar bem a paisagem, e vejo muito o espírito do trabalho, como sempre, não é mesmo?!
ResponderExcluirAlice Vaz.