Vejo-me então abordo de uma espécie de canoa, num enorme rio. Apesar das pessoas ao meu redor, sinto-me só. Serena, toco na água cristalina. ‘Tire as mãos da água!’, grita alguém, ‘tem piranhas nesse rio!’. Descontente, obedeço. Mas continuo a observar aquela imensidão de água cristalina. Fico deslumbrada com a paisagem. Talvez por conta do costume de sempre ver o céu acinzentado, encanto-me ao ver tantas cores no céu ao mesmo tempo. Como é de tarde, há tons de laranja, amarelo e vermelho competindo o mesmo espaço entre as nuvens. Com a mente oca, fico relaxada. Ouço gritos e sinto empurrões. Não me importo minimamente. Continuo a curtir o meu momento. Momento este tão raro, e talvez único na minha vida. Reparo então nas margens do rio. Observo muitas arvores. Quase nenhuma é igual à outra. Umas mais altas, outras mais baixas. Umas floridas, outras com folhas mais secas. Cada uma delas com a sua particularidade, e beleza. Logo me identifico, são como os seres humanos. Porque será que não nos aceitamos como elas? Apenas convivemos com as diferenças, ao invés de detestá-las? Não sei. Continuo a observar a margem, e percebo que quase não há animais. São poucos, pois se assustaram com a euforia das pessoas abordo comigo e fugiram para lugares onde se sentem seguros. Sinto dó mais delas, das pessoas, que dos animais. Elas que preferem fazer outras coisas, e deixar de curtir o momento. Mais cedo ou mais tarde, se arrependerão. Ouço um novo grito ‘Hora de ir embora!’. Com um suspiro, me despeço dos elementos todos. Fico triste por partir, e ter que voltar da dimensão onde me encontrava.
Marina Pagani, Nº25, 8ª F
Marina, o seu texto ficou muito bome bem escrito. A reflexão sobre os seres humanos não aceitarem as diferenças foi muito bem pensada.
ResponderExcluirJúlia Forbes 17